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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

EXPERIÊNCIAS DA EDIÇÃO 2009-2012-AROAZES PI

SELO UNICEF


COMISSÃO MUNICIPAL PRO-SELO

CMDC-CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS E DOS ADOLESCENTES

AROAZES PIAUÍ, 27 DE AGOSTO DE 2012

POR: MARIA DALVA GONÇALVES DE CARVALHO IZIDÓRIO-ARTICULADORA



EXPERIÊNCIAS VIVENCIADAS NA EDIÇÃO 2009-2012 EM AROAZES PIAUÍ



O município de "Aroazes" origem indígena, está localizado no semiárido nordestino a 224 km da Capital Teresina, população atual 5.724 hb, fundado a 1º de janeiro de 1962, pode ser citado entre os municípios pequenos de grandes valores culturais.

Tudo começou no século XVII, quando os Padres Jesuítas aqui se estabeleceram com a finalidade de catequizar os índios "Aruaques", cuja tribo deu origem ao nome "Aroazes", bonita cidade localizada entre morros, rios e matas florestais.

Vem assim manifestando sinais de esperança em dias melhores, através da soma de esforços do seu povo humilde e amiga, principalmente no campo social da educação, saúde e esporte... " é só olharmos os indicadores e veremos as mudanças".

Graças ao incentivo do UNICEF/PREFEITURA, adquirimos apoio para a implementação dos Projetos Socio-educativos-culturais , e assim lutarmos pela transformação dos problemas que mais nos inquietam.

Aroazes conquistou o Selo na Edição 2004-2006, participou da Edição 2006-2008, e está participando da Edição 2009-2012... dessa última experiência temos muito a contar. Dizer da satisfação de contribuirmos para a realização das ações voltadas para os Projetos de Participação Social: -Educação para a Convivência com o Semiárido - Cultura, Identidade e Comunicação para a Igualdade Étnico-Racial - Esporte e Cidadania, entre outros.

Com isso temos conseguido de positivo, o resgate da nossa cultura, a consciência da necessidade de preservarmos o meio ambiente e convivermos bem com o semiárido, e as oportunidades oferecidas às crianças e adolescentes através do Esporte...isso nos faz crescer e exercitar a nossa cidadania.

Além disso podemos destacar, o trabalho articulado entre os diversos segmentos e entidades... o que muito faz crescer os resultados das ações centradas nas crianças e nos adolescentes... nestes últimos anos houve grandes avanços no trabalho articulado entre Conselho Tutelar, Conselho Municipal dos Direitos e dos Adolescentes, Assistência Social, Educação e saúde.

Como destaque, citamos a conquista da organização do NUCA -Núcleo de Desenvolvimento das Crianças e dos Adolescentes, onde um grupo de adolescentes, com o apoio dos mediadores têm crescido significativamente no seu comportamente e atitudes , quer na família, na escola, na sociedade.

O trabalho não pára... temos consciência de que precisamos continuar lutando e zelando pela integridade e qualidade de vida em Aroazes, bem atentos, de olhos abertos sobre a Infância e a Adolescência.

A expectativa cresce junto com a vontade de fazermos mais pelo bem-estar social.

VALE A PENA... TUDO VALE A PENA SE A ALMA NÃO É PEQUENA.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

TEXTO ELABORADO POR SOLICITAÇÃO DA PROFESSORA DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA-UFPI-AGO/2012

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ-UFPI


POLO DE VALENÇA-DO-PIAUÍ-PI

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

DISCIPLINA: TÓPICOS ESPECIAIS

TEMÁTICA: LEITURA E FORMAÇÃO DE MEDIADORES

PROFESSORA: ADRIANA BORGES FERRO MOURA

ATIVIDADE 6

PRODUÇÃO DE TEXTO “COMO MINHA HISTÓRIA DE LEITURA INTERFERE NO MEU PAPEL COMO MEDIADORA DE LEITURA?”

POR: MARIA DALVA GONÇALVES DE CARVALHO IZIDÓRIO

Desde cedo, na minha infância, aprendi a gostar da Escola, logo me dedicando à leitura.

Em casa, fui estimulada pela minha mãe, Ernestina, que muito sabiamente, me ensinava as primeiras letras... Não me contentando ao ver meus irmãos mais velhos saírem para a escola, corria ao encontro deles para segui-los... Foi então que a professora Lourdes Galileu me aceitou aos seis anos de idade naquela turma de 1º ano “A”, da Escola João de Deus Carvalho-Inhuma Piauí.

Foi lá que encontrei espaço para aprender as primeiras letras, para ter os primeiros contatos com os livros... a velha cartilha do ABC entrelaçava aquele olhar de menina tímida, porém determinada e ansiosa por descobrir e fazer sua aprendizagem.

A professora dispunha daqueles métodos tradicionais, mas que sabia converter a autonomia em simpatia, fazendo-me adentrar naquele mundo desconhecido, o universo da leitura, que aos poucos fui construindo, juntando letras, sílabas, palavras, frases, textos.

Tanto que aos poucos foi aumentando a minha vontade de ler, na escola a professora me ensinava pacientemente o bê- a- bá... em casa, estava à volta, o olhar cuidadoso da minha mãe, a quem devo tudo, e o incentivo dos irmãos que me ensinavam as lições de casa “ eu lia com dificuldades mas sempre com curiosidade”.

O tempo passou...

E assim me tornei “pequena leitora”, trocava com as coleguinhas “Eliane e Lúcia” a pouca leitura que já detinha... ora das cartilhas, dos livros ora daquelas poucas revistinhas às quais tinha acesso.

Lembro-me ainda do vizinho que me trazia cartas das filhas de Brasília para eu ler... e eu lia com satisfação e ali traduzia a mensagem escrita naquelas cartas , ao velho Luiz Catingueiro (in memorian), que me pedia para responde-las, ele ditava e eu escrevia, ao final estava ali as respostas que ele queria dar as suas filhas distantes.

Também tenho lembranças de ensinar as leituras didáticas ao meu primo Francisco Antonio... eu soletrava e lia, e ele repetia. Foram tardes repetidas, naquela casa da rua do Barrocão, onde minha tia Maria Duó (in memorian), apreciava e admirava a forma, de quem ainda aprendia a decifrar as letras, com sabedoria.

Foi bom... valeu... com isso me senti valorizada, aprendi a criar o gosto pela leitura e pela escrita, desde cedo me identificando com as letras.

Cresci no convívio da escola, na convivência com a família e com os amigos... fui progredindo nos estudos e no domínio da leitura. Na sala de aula, disputava a leitura oral com os colegas sempre me sobressaindo, apesar da timidez, eu lia fluentemente aqueles textos didáticos dos livros de 3º ano primário, quando minha professora Marizete, reconhecendo a capacidade de leitura que eu tinha, me promoveu para o 4º ano.

Em casa, na rua Rocha Furtado, me tornei professora naquelas aulas inventadas, nas brincadeiras de roda, nas histórias narradas ou nos contos de assombração... lia tudo, os escritos nas entrelinhas ou a memória das brincadeiras que esquematizava no chão, numa folha riscada ou no dizer popular dos colegas.

Assim segui adiante... no antigo Teste de Exame de Admissão ao Ginásio, mostrei que era capaz, escrevi perfeitamente a Redação solicitada. Continuei, conclui o Fundamental, o Magistério, Graduação Letras-Português, Pós- Graduação em Língua Portuguesa, formação suficiente “...tornei- me Leitora e incentivadora das Práticas de Leitura na Escola.

Sem dúvidas, no exercício de minhas atribuições, tenho contribuído como Mediadora das Práticas de Leitura na Escola, seja como estimuladora das práticas pedagógicas, dos Projetos de Leitura, seja como participante dos momentos fortes de incentivos à leitura, como disseminadora de valores e construtora de cidadania “ quem lê, faz a diferença”.

Portanto, diante do papel de Mediadora de Leitura, tenho procurado evidenciar fatos e experiências , tanto no espaço escolar, quanto em casa, com as duas filhas “Mara” e “Dalívia”, mostrando a importância que a leitura nos traz... “ A Leitura é o caminho mais seguro para o sucesso”. Ainda procuro mostrar as consequências que a falta de leitura traz para a vida de quem não lê...A leitura precisa se tornar uma prática dinâmica, gostosa e prazerosa. A leitura determina o alcance dos objetivos do homem, enquanto ser social, humano e intelectual.

O Mundo Contemporâneo exige Leitura...

Hoje, superando limites, vencendo dificuldades, tenho Artigo Publicado... Cordel...poemas e um grande legado da cultura e dos ensinamentos que tive desde a infância... Minha Mãe, minha Professora!

“NÃO QUERO SER A MELHOR, MAS O SUFICIENTE PARA SER O QUE SOU”



















quinta-feira, 9 de agosto de 2012

ARTIGO APRESENTADO AO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA- PROFESSORA DALVA IZIDÓRIO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ-UFPI


7ª GRE- VALENÇA-DO-PIAUÍ

POLO DE VALENÇA-DO-PIAUÍ

DISCIPLINA: POLÍTICAS EDUCACIONAIS E GESTÃO PEDAGÓGICA

PROFESSORA: ADRIANA BORGES FERRO MOURA



ARTIGO APRESENTADO POR EXIGÊNCIA DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

“O TRABALHO DA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA NUMA PERSPECTIVA DEMOCRÁTICA E COMO GARANTIA DO DIREITO À EDUCAÇÃO”

MARIA DALVA GONÇALVES DE CARVALHO IZIDÓRIO

dalvinha49@gmail.com



RESUMO: Apresento, neste artigo, uma discussão em torno dos desafios do Coordenador Pedagógico na atualidade, pois entendo que muitos profissionais da educação ainda não compreendem o papel do coordenador pedagógico na escola. Portanto, o objetivo deste trabalho é refletir sobre o campo de atuação da função do fazer pedagógico dentro e fora da escola, no sentido de ampliar o espaço de mediação deste profissional, que também é professor. A metodologia aqui empregada é qualitativa porque permitirá um novo olhar sobre o papel pedagógico do coordenador no sentido de contribuir para a melhoria da qualidade do ensino.

PALAVRAS-CHAVE: educação, desafio, mudança.

ABSTRAT

introduce this article, a discussion of the challenges of being Pedagogic Coordinator today, because I believe that many education professionals do not yet understand the role of coordinator in school teaching. Therefore, the aim of this paper is to reflect on the playing field of the pedagogical function within the school, in order to widen the mediation of this person, who is also a teacher. The methodology used is qualitative because it will allow a new look at the educational role of coordinator in order to contribute to improving the quality of education.



I. Introdução



O papel do coordenador pedagógico ainda é muito complexo e sobre ele, divergem opiniões. Uns acreditam que a sua função está no fazer pedagógico, em auxiliar ou ser mediador de propostas e ações que visam atingir bons resultados na aprendizagem dos estudantes. Outros defendem que seu papel vai além do pedagógico, que seria um substituto do diretor, por estar ligado às questões burocráticas e administrativas da escola, um inspetor de pátio e da sala de aula, agindo em caso de indisciplina dos alunos e até mesmo, caso necessário, agir a favor do professor em razão de conflitos entre alunos.

Espera-se que o coordenador pedagógico seja especialista nas diversas didáticas e o parceiro do professor para transformar a escola em um espaço de aprendizagem. O que acontece na maioria dos casos é que, sem formação adequada, ele acaba assumindo funções administrativas e, a formação permanente dos profissionais que atuam em sala de aula fica em segundo plano ou desaparece.

A importância deste estudo no seio da escola de educação básica, local de liderança deste sujeito facilitador, é pontual e necessário. Trataremos, neste trabalho, de uma reflexão que nos levará à compreensão do real papel do coordenador e como ele pode estar interagindo na comunidade escolar para alcançar bons êxitos na melhoria da qualidade do ensino-aprendizagem, tornando o ambiente escolar propício ao desenvolvimento de um trabalho pedagógico, respeitando as distintas vozes que se apresentam na escola.



II. O papel do Coordenador Pedagógico



Como agente responsável pela formação continuada na escola e com o objetivo de favorecer o trabalho docente na escola de educação básica, o coordenador pedagógico deve sensibilizar seu saber-fazer de maneira não centralizadora, tomando as decisões de acordo com o bem comum do coletivo. Embora muitos profissionais vêem o coordenador pedagógico como uma figura que tem que ‘saber tudo’ e dar todas as respostas para os encaminhamentos pedagógicos, é necessário que este sujeito tenha liderança pedagógica e busque no coletivo, respostas aos desafios que se apresentam no ambiente escolar.

Lima (2007) observa que quando o saber-fazer parte de uma concepção sensível da realidade, onde figura como o mais importante, a possibilidade de se trabalhar a intervenção pedagógica pela necessidade do grupo, pela identificação das manifestações que impactam mais de uma forma significativa de estudantes e professores, não necessariamente somente causa prazer no clima organizacional da escola, mas promove a reflexão, o desafio, a significação da trajetória histórica em que vivem numa contextualização social, da qual a escola não está à margem.

Piletti (1998, p.125) aponta as principais atribuições do coordenador pedagógico, listadas em quatro dimensões: a) acompanhar o professor em suas atividades de planejamento, docência e avaliação; b) fornecer subsídios que permitam aos professores atualizarem-se e aperfeiçoarem-se constantemente em relação ao exercício profissional; c) promover reuniões, discussões e debates com a população escolar e a comunidade no sentido de melhorar sempre mais o processo educativo; d) estimular os professores a desenvolverem com entusiasmo suas atividades, procurando auxiliá-los na prevenção e na solução dos problemas que aparecem.

No entanto, a respeito deste amplo quadro de atribuições e até mesmo pelo desconhecimento das mesmas, há muitos olhares sobre a identidade e função do coordenador pedagógico na escola, muitas das vezes lançados pelos próprios pares e a comunidade escolar.

Diante do papel do coordenador pedagógico na escola, muitas atribuições são cobradas deste profissional que acaba assumindo uma função de gerenciamento na escola, que atende pais, alunos, professores e também se responsabiliza pela maioria das “emergências” que lá ocorrem, isto é, como personagem ‘resolve tudo’ e que deve responder pela vida da escola. Deste imaginário construído, muitos coordenadores acabam assumindo esse papel que se espera dele, passando a incorporar esse ‘modelo’ característico forjado em crenças institucionais e senso comum.

Essas crenças no interior da escola e da comunidade escolar, sua desorientação e quase perda da identidade, inviabilizam a reflexão sobre suas práticas, perspectivas e sua intervenção no universo docente no cotidiano da escola.

Existe uma dificuldade do próprio coordenador pedagógico no desenvolvimento do seu trabalho em definir seu campo de atuação na escola. Muitas vezes ele sabe qual é o seu papel, porém abre mão por conta dessas crenças auto-realizadoras no interior da escola, acompanhando o ritmo ditado pelo senso comum que está cada vez mais arraigado no pensamento da maioria dos profissionais que atuam na escola e da comunidade escolar como um todo.

Na tentativa de responder às demandas da escola, conforme o imaginário construído no interior da escola, o coordenador afasta-se de seu referencial atribuitivo. Este afastamento instabiliza o profissional, a tal ponto que, segundo Bartman (1998, p. 1):

[...] o coordenador pedagógico não sabe quem é e que função deve cumprir na escola. Não sabe que objetivos persegue. Não tem claro quem é o seu grupo de professores e quais as suas necessidades. Não tem consciência do seu papel de orientador e diretivo. Sabe elogiar, mas não tem coragem de criticar. Ou só critica, e não instrumentaliza. Ou só cobra, mas não orienta.

Nesse sentido, um novo olhar acerca da relevância do trabalho do coordenador pedagógico na escola há que se buscar, mediado pelo equilíbrio de suas atribuições como um dos eixos imprescindíveis à melhoria das práticas pedagógicas sistematizadas onde cada um e todos se tornem co-responsáveis pelo processo ensino aprendizagem.

Sendo assim, o maior desafio do coordenador pedagógico é construir seu novo perfil profissional e delimitar seu espaço de atuação. Neste sentido, Fonseca (2001) destaca a necessidade do papel de um novo olhar do coordenador pedagógico na escola que deve ser orientado para:

• Resgatar a intencionalidade da ação possibilitando a ressignificação do trabalho – superar a crise do sentido;

• Ser um instrumento de transformação da realidade – resgatar a potência da coletividade; gerar esperança;

• Possibilitar um referencial de conjunto para a caminhada pedagógica;

• Aglutinar pessoas em torno de uma causa comum;

• Gerar solidariedade, parceria;

• Ajudar a construir a unidade, superando o caráter fragmentário das práticas em educação, a mera justaposição e possibilitando a continuidade da linha de trabalho na instituição;

• Propiciar a racionalização dos esforços e recursos (eficiência e eficácia), utilizados para atingir fins essenciais do processo educacional;

• Ser um canal de participação efetiva, superando as práticas autoritárias e/ou individualistas e ajudando a superar as imposições ou disputas de vontades individuais, na medida em que há um referencial construído e assumido coletivamente;

• Aumentar o grau de realização e, portanto, de satisfação de trabalho;

• Fortalecer o grupo para enfrentar conflitos, contradições e pressões, avançando na autonomia e na criatividade e distanciando-se dos modismos educacionais;

• Colaborar na formação dos participantes.

Este olhar se faz necessário como busca da identidade deste profissional. É, sem dúvida, um espaço de conquista, de resolução de problemas e de assunção do papel profissional do coordenador pedagógico como ator social, agente facilitador e problematizador do papel docente no âmbito da formação continuada, primando pelas intervenções e encaminhamentos mais viáveis ao processo ensino-aprendizagem.

Construir a identidade de um ofício e construir-se nele é realizar uma prática que busca o significado do papel e exercício da cidadania, pois a vivência escolar e nesta o desenvolvimento do trabalho pedagógico sustenta-se nos intercâmbios e nas aprendizagens comuns, respeitando-se a diversidade de posicionamentos.

Sobre isso Lima (2007) enfatiza:

Na sociedade do conhecimento em que vivemos que caracteriza pelo processo ensino-aprendizagem permanente e continuado (o mundo globalizado e em processo de globalização) não é possível entender a escola e suas relações como se estivessem desvinculadas da totalidade social, materializando seus esforços, simplesmente, como transmissora de conhecimentos cujo dever formal se completa na formação de sujeitos determinados para uma sociedade impessoalizada e alienante.

A coordenação pedagógica em seu sentido estrito deve garantir um espaço de diálogo, fortalecendo assim a vitalidade projetiva dos atores sociais na luta por uma educação de qualidade e primando pela superação dos obstáculos que inviabilizam as ações coletivas. Cabe ao coordenador pedagógico, junto com todos os outros educadores, exercer o ‘ofício de coordenar para educar’ também aqui no sentido de possibilitar trocas de saberes e experiências e aprender a aprender.

Assumindo diferentes perfis, construindo-se no cotidiano escolar, a identidade deste profissional desdobra-se em diferentes posicionamentos entre rupturas e permanências, mas sem perder de vista a sua atribuição maior na convergência da formação de si e do outro. Se entendermos que a identidade é um processo de construção, então se propõe que sejam criados tempos de convivência, da coordenação pedagógica com os professores, e nestes possibilitadas as alternativas de formação continuada de todos os educadores evolvidos nesta construção.

Construir um ambiente democrático não é tarefa fácil e, por isso, não é empreitada para apenas um elemento. “Uma gestão participativa também é uma gestão da participação” afirma José Carlos Libâneo (1996, p. 200). Quem ocupa cargos de liderança – como coordenador pedagógico ou diretor – precisa despir-se do posicionamento predominantemente autocrático para possibilitar o desenvolvimento de um clima em que todos contribuam com ideias, criticas, encaminhamentos, pois a gestão e participação pedagógica pressupõem uma educação democrática, ou seja, envolve muito mais do que estabelecer o que é urgente e prioritário, mas se assenta nas dimensões do ouvir, sugestionar em benefício do coletivo, revisitar posicionamentos, quando necessário, e primar pela análise e desdobramento do que é imprescindível para o processo ensino-aprendizagem discente, da formação continuada do professor e das metas que a escola se propõe em determinada situação ou realidade escolar.

É preciso evidenciar e garantir espaços e tempos de debates. Administrar conflitos não é tarefa fácil. Acredita-se que as divergências podem ser valorizadas quando há respeito e consciência de que a formação continuada se dá e só tem sentido com a contribuição do outro.

Numa proposta metodológica de ação-reflexão podem-se identificar três grandes etapas: Compreensão da realidade da instituição; Análise das raízes dos problemas (compreendendo a realidade escolar), elaboração e proposição de formas de intervenção de ação coletiva. Certamente estas são etapas significativas para o trabalho do coordenador pedagógico porque envolvem uma leitura de uma totalidade que prima pela contextualização de todos os elementos envolvidos no processo ensino-aprendizagem, bem como das condições em que este se processa, levando também em conta as delimitações da função, mas ao mesmo tempo todas as contribuições que se fazem no cotidiano escolar.

Dentro das inúmeras mudanças que ocorrem na sociedade atual, de ordem econômica, política, social, ideológica, a escola, como instituição de ensino e de práticas pedagógicas, enfrenta muitos desafios que comprometem a sua ação frente às exigências que surgem. Assim, os profissionais, que nela trabalham, precisam estar conscientes de que os alunos devem ter uma formação cada vez mais ampla, promovendo o desenvolvimento das capacidades desses sujeitos.

Para tanto, torna-se necessária a presença de um coordenador pedagógico consciente de seu papel, da importância de sua formação continuada e da equipe docente, além de manter a parceria entre pais, alunos, professores e direção.

De acordo com o Regimento Escolar, Artigo nº. 129/2006-Resolução CEE/TO, "a função de coordenação pedagógica é o suporte que gerencia, coordena e supervisiona todas as atividades relacionadas com o processo de ensino e aprendizagem, visando sempre à permanência do aluno com sucesso."

Já segundo Clementi (apud Almeida), cabe ao coordenador "acompanhar o projeto pedagógico, formar professores, partilhar suas ações, também é importante que compreenda as reais relações dessa posição."

Partindo desse pressuposto, podem-se identificar as funções formadora, articuladora e transformadora do papel desse profissional no ambiente escolar.

Considerando a função formadora, o coordenador precisa programar as ações que viabilizem a formação do grupo para qualificação continuada desses sujeitos.Consequentemente, conduzindo mudanças dentro da sala de aula e na dinâmica da escola, produzindo impacto bastante produtivo e atingindo as necessidades presentes.

Assim, muitos formadores encontram na reflexão da ação, momentos riquíssimos para a sua própria formação. Isso acontece à medida que professores e coordenadores agem conjuntamente observando, discutindo e planejando, vencendo as dificuldades, expectativas e necessidades, requerendo momentos individuais e coletivos entre os membros do grupo, atingindo aos objetivos desejados.

As relações interpessoais permeiam a prática do coordenador que precisa articular as instâncias escola e família sabendo ouvir, olhar e falar a todos que buscam a sua atenção.

Conforme Almeida(2003), na formação docente, "é muito importante prestar atenção no outro, em seus saberes, dificuldades", sabendo reconhecer e conhecer essas necessidades propiciando subsídios necessários à atuação .Assim, a relação entre professor e coordenador, à medida que se estreita e ambos crescem em sentido prático e teórico(práxis), concebe a confiança, o respeito entre a equipe e faborece a sua constituição como pessoas.

Na parceria escola X família, esse peofissional é requerido para estreitar esses laços e mantê-los em prol da formação efetiva dos educandos à medida que cada instância assuma seu papel social diante desse ato indispenásavel e intransponível.

Como ressalta Alves(apud Reis,2008) "homens que através de sua ação transformadora se transformam.É neste processo que os homens produzem conhecimentos, sejam os mais singelos, sejam os mais sofisticados, sejam aqueles que resolvem um problema cotidiano, sejam os que criam teorias explicativas."

Assim, é papel do coordenador favorecer a construção de um ambiente democrático e participativo, onde se iincentive a produção do conhecimento por parte da comunidade escolar, promovendo mudanças atitudinais, procedimentais e conceituais nos indivíduos.

Os órgãos colegiados são espaços que proporcionam essa formação à medida que a participação, o compromisso e o protagonismo de seus componentes, pais, alunos, professores, coordenação e direção, ocasionem transformações significativas nesse ambiente. Cabe ao coordenador atuar coletivamente e visualizar esses espaços como oportunidades para o desempenho das suas funções.

Apesar das inúmeras responsabilidades desse profissional já descritas e analisadas aqui, o coordenador pedagógico enfrenta outros conflitos no espaço escolar, tais como tarefas de ordem burocrática, disciplinar e organizacional.

Assumir esse cargo é sinônimo de enfrentamentos e atendimentos diários a pais, funcionários, professores, além da responsabilidade de incentivo a promoção do projeto pedagógico, necessidade de manter a própria formação, independente da instituição e de cursos específicos, correndo o perigo de cair no desânimo e comodismo, impulsionado por fatores de ordem pessoal que podem interferir em sua prática.

Muitas vezes, a escola e o coordenador se questionam quanto à necessidade desse profissional, e chegam à conclusão que esse sujeito pode promover significativas mudanças, pois esse trabalha com formação e informação dos docentes, principalmente. O espaço escolar é dinâmico e a reflexão é fundamental a superação de obstáculos, socialização de experiências e fortalecimento das relações interpessoais.

O coordenador pedagógico é peça fundamental no espaço escolar, pois busca integrar os envolvidos no processo ensino-aprendizagem mantendo as relações interpessoais de maneira saudável, valorizando a formação do professor e a sua, desenvolvendo habilidades para lidar com as diferenças com o objetivo de ajudar efetivamente na construção de uma educação de qualidade.

A Constituição Federal de 1988, estabeleceu princípios para a educação brasileira, entre eles: obrigatoriedade, gratuidade, liberdade, igualdade e Gestão Democrática, sendo esses regulamentados através das Leis complementares- a LDB 9394/96, PNE 10.172/2001 que alteram os conceitos e objetivos da educação.

Diante do estabelecido nas Leis, a concretização da Gestão Democrática ainda é um sonho permeado de desafios que temos de enfrentar... sobre isso trata FRIGOTTO G. IN Educação e a Crise do Capitalismo Real:

“ ... A educação é antes de mais nada, desenvolvimento de potencialidades e a apropriação de “saber social” (conjunto de conhecimentos e habilidades, atitudes e valores que são produzidos pelas classes, em uma situação histórica dada de relações para dar conta de seus interesses e necessidades)”.

Trata-se de buscar na educação, conhecimentos e habilidades que permitam uma melhor compreensão da realidade, e envolva a capacidade de fazer valer os próprios interesses econômicos, políticos e culturais.

O que poderá ser feito para mudar essa história, e fazer valer os direitos sociais em vista à educação democrática?

Neste sentido aponta-se como alternativas para mudar esse patamar e alcançar realmente os objetivos de uma Gestão Democrática que garanta o direito à educação, a partir do trabalho da coordenação pedagógica, da participação e do envolvimento da comunidade que constitui a Escola:

*Mudar a compreensão dos conceitos da Gestão Democrática e do papel da coordenação

*Realizar a gestão do Sistema Educacional através do ordenamento normativo e Jurídico e a vinculação da Instituição Escolar

*Organizar o funcionamento da escola quanto aos aspectos políticos, administrativos, financeiros, tecnológicos, culturais, artísticos e pedagógicos

*Lutar pela garantia da autonomia da escola, através da participação efetiva de seus colegiados, conselhos, profissionais e segmentos

*Adotar política de escolha de diretores das Unidades Escolares através de eleições diretas

*Articular sobre noções fundamentais para aquisição de um novo cenário para a escola: eficiência, eficácia e efetividade escolar para o alcance da função social da escola

*Estudar as leis que regem a escola, as políticas governamentais e as concepções que a norteiam, com a participação de todos os segmentos

*Fazer funcionar democraticamente os Conselhos e Colegiados da Escola: Conselho Escolar, Conselho de Classe, Grêmio Estudantil, Associação de Pais e Mestres, enfim...

No âmbito educacional, a Gestão Democrática e o trabalho da coordenação, têm sido definidas como dinâmicas a serem efetivadas nas Unidades Escolares, visando a garantir processos coletivos de participação e decisão.

Na luta pela autonomia da escola, pela democratização da educação, e consequentemente pela construção da Gestão Democrática, a partir do trabalho da coordenação, a escola precisa garantir a participação dos estudantes para atuarem como cidadãos críticos, possibilitando o desenvolvimento de uma verdadeira ação educativa.

Após estudos e reflexões acerca do tema tratado, entende-se que fazer uma Gestão Democrática com a participação da coordenação, é uma questão urgente da educação brasileira, piauiense, aroazense, “temos as armas, só falta engatilhá-las e caminhar rumo à conquista das metas desejadas”.

Essa nova forma de administrar a educação, constitui-se num fazer coletivo permanentemente em processo, processo que é mudança contínua e continuada, mudança que está baseada nos paradigmas emergentes da nova sociedade do conhecimento, os quais fundamentam a concepção de qualidade na educação, e definem a finalidade da escola, enquanto espaço de formação e construção de cidadania.

Enfim, partindo desses princípios e revendo os objetivos da Gestão Democrática através do trabalho da coordenação, aponta-se como saídas para a concretização deste plano: a conquista da autonomia pedagógica e financeira da escola, a atualização constante e a implementação do Projeto Político Pedagógico, próprio da escola.

Segundo o texto estudado “ O Direito à Educação”, e as experiências profissionais no campo de coordenação pedagógica, faremos considerações neste trabalho acerca dessa figura importante “ coordenador pedagógico”.

“Coordenação Pedagógica” uma função que vai além das expectativas de quem espera por mudanças significativas na Educação. Não é fácil assumir as inúmeras tarefas que competem ao coordenador... principalmente quando se trata de conquistar espaço diante da resistência de muitos colegas, que às vezes não aceitam as ideias e as sugestões que este propõe, em favor da aplicação de novas metodologias e estratégias para o ensino.

“Mudar não é fácil, mas é possível e urgente” já dizia Paulo Freire. A este respeito coloca Cury “...Hoje praticamente, não há País no mundo que não garanta em seus textos legais, o direito de acesso, de permanência e sucesso de seus cidadãos à educação escolar básica”. Portanto nota-se que há preocupação quanto à mudança da educação brasileira, e isto sem dúvidas se faz a partir das Leis que regem o ensino e do compromisso de todos pela educação.

Diante do Direito à Educação há um campo de atuação do coordenador pedagógico na escola... sem esta figura não podemos dizer que está acontecendo as mudanças de que a educação precisa para melhorar seus indicadores e resultados... reconhece–se a importância do trabalho articulado entre gestores- coordenadores-professores- família- aluno-sociedade.

A Educação Escolar é um bem público de caráter próprio por implicar no exercício consciente de cidadania e, por qualificar para o mundo do trabalho, gratuitamente e obrigatório no ensino Infantil, Fundamental e Médio e superior.

Este bem público capaz de ser como serviço público aberto, sob condições à iniciativa privada, é no âmbito público cercado de proteção como por exemplo a LDB 9394/96, o PNE e os Pareceres e Resoluções dos Conselhos de Educação. Assegurando a avaliação do trabalho escolar através da ação coletiva de todos os que fazem a escola.

Neste sentido o papel do coordenador é o de assumir e liderar a efetivação desse direito no âmbito de suas atribuições. Esse direito torna-se imprescindível no caso de Países como o Brasil. Com forte tradição elitista e que tradicionalmente reservaram apenas às camadas privilegiadas o acesso a este bem social. Graças às lutas incansáveis, aos poucos esta realidade vem se transformando.

Não são poucos os documentos de caráter internacional, assinados por Países da Organização das Nações Unidas, que reconhecem e garantem este acesso a toda cidadão (ã ). Tal é o caso do art .XXVI da Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948. Do mesmo assunto se ocupa a Convenção Relativa à Luta contra a discriminação no Campo do Ensino de 1960 e o art. 13 do Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de 1966.

São inegáveis também os esforços levados adiante pela UNESCO no sentido da universalização do ensino público para todos, e para todos os Países. Desta forma é notável a luta por melhores dias através de investimentos da área da educação. Assim o Direito à Educação está assegurado como parte do reconhecimento de que o saber sistemático é mais do que uma importante herança cultural.

A função social da educação escolar pode ser vista no sentido de um instrumento de diminuição das discriminações. Por isso mesmo vários sujeitos são chamados a trazerem suas contribuições para este objetivo, inclusive o coordenador pedagógico que fará a articulação de um trabalho coletivo, em função da melhoria das práticas educativas no espaço escolar, ou fora dele.

A sala de aula- espaço privilegiado do ambiente institucional da escola e do fazer docente, é o lugar apropriado do direito de aprender do discente, e daí se projeta para um mundo que vai rompendo fronteiras e revelando , ainda que por contradições, o caráter universal do homem, mesmo sabendo que a aprendizagem vai além do espaço da sala de aula, aí entrando como aliada , a família, a sociedade em geral. Afinal a educação não acontece de forma isolada, alheia aos outros segmentos de convívio dos educandos.

Nesta função, entra o importante papel dos coordenadores pedagógicos, no sentido de atualizarem as Propostas Pedagógicas e buscarem formas de interligarem os conteúdos à realidade social que o educando vive lá fora, aceitando ainda as intervenções externas adequando-as aos currículos escolares.

Logo, a gestão do Projeto Político Pedagógico é tarefa coletiva do corpo docente, liderado pelo coordenador, e se volta para a obtenção de um outro princípio constitucional da educação nacional, que é a garantia do padrão de qualidade do ensino.

A Coordenação Pedagógica como princípio da educação nacional, presença obrigatória nas instituições escolares públicas, é a forma dialogal, participativa com que a comunidade educacional se capacita para levar a termo, um Projeto Político Pedagógico de qualidade, que deve contribuir para a construção de cidadãos ativos, participantes da sociedade, e futuros profissionais compromissados.

Várias atribuições cabem ao coordenador pedagógico em parceria com os outros profissionais, segundo o disposto na LDB:

Art. 5: I “ Recensear a população em idade escolar para o ensino fundamental, e os jovens e adultos que a ele não tiverem acesso

II “ fazer-lhes a chamada pública

III “ zelar junto aos pais ou responsáveis pela frequência escolar

Art. 12:

VII “ Informar os pais e responsáveis sobre a frequência e o rendimento dos alunos , bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica”.

VIII “ Notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao Juiz competente da Comarca e ao respectivo representante do ministério Público a relação de alunos que apresentem quantidade de faltas acima de cinquenta por cento do percentual permitido”.

Art. 4 :

VIII “ Atendimento ao educando , no ensino fundamental público por meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde”.

LDB e art. 54 do ECA:

I “ Maus tratos envolvendo seus alunos”

Art. 58 ECA “ No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da criança e do adolescente”.

Tudo isso e muito mais é competência de uma gestão democrática, onde o coordenador se faz presente como peça fundamental no processo de desenvolvimento e concretização de toda e qualquer ação educativa, junto aos parceiros e colaboradores de uma oferta de educação com qualidade.

A elaboração das regras internas da escola devem incentivar de forma dialógica como superação de tensões e conflitos... esgotando-se todos os recursos pedagógicos , antes de se aplicarem eventuais sanções disciplinares, cabe adotar medidas de prevenção, observando-se cada caso que deve ser estudado e repensado, a fim de não se cometer injustiças que venham prejudicar o sucesso do educando “ a regra é ensinar para não precisar punir”.

Um fator importante para o sucesso do ensino aprendizagem é perseguir a permanência do aluno na escola, para isso é preciso buscar a interação com as famílias, e este é papel da gestão democrática e da coordenação pedagógica. A escola tem grande responsabilidade nessa relação, reiteradas vezes repetidas, seja sobre a forma de informação, seja sob a forma de participação. “ Aqui tudo vale, só não vale a hipótese de achar que a família não quer, não sabe , não vai”.

O Projeto Político Pedagógico é a marca registrada de uma escola, ele é a sua carteira identidade...cabe ao coordenador liderar as propostas que devem ser retrabalhadas pela escola , de modo a deixar claro o calendário escolar, a organização pedagógica, os conteúdos curriculares, as formas de aproveitamento de estudos, os processos avaliativos e as formas de recuperação de estudo segundo as necessidades. Todo o trabalho precisa ser articulado pelo coordenador/ professores a fim de conseguir a participação coletiva e o êxito das ações.

A LDB art. 22 garante:

“ A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurando-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e estudos posteriores”

E isso é possível a partir de um trabalho desenvolvido democraticamente pelos diversos segmentos, comandado pelos coordenadores, afinal a escola não é uma instituição de serviço público que se distingue por oferecer o ensino como um bem público?

Entende-se por GESTÃO/COORDENAÇÃO a tarefa que leva sobre si, carrega, chama a si, executa, gera. Pois bem, é assim que se percebe a importância desta tarefa... a gestão faz vislumbrar uma proposta metodológica que implica um ou mais interlocutores com os quais se dialoga pela arte de interrogar e pela paciência em buscar respostas na arte de governar e administrar..

A Escola Contemporânea impõe novos campos de articulação e de consulta. Hoje há um número já considerável de conselhos que permeiam o ambiente escolar, que vêm somar ao trabalho dos gestores/coordenadores como algo positivo, uma vez que as forças aumentam, gerando melhores resultados. Pode-se citar como aliados nossos: Os Conselhos Escolares, os Conselhos de Classe, FUNDEB, enfim...

A Gestão Democrática da Educação e o Trabalho da Coordenação são ao mesmo tempo, transparência e impessoalidade , autonomia e participação, liderança e trabalho coletivo, representatividade e competência, centram-se no crescimento dos indivíduos, portanto fazem a administração concreta- que nasce e cresce com o outro.

Admite-se que o papel do gestor e do coordenador pedagógico são fundamentais neste processo... de que adiantaria o PPP se não houver alguém que prime pela sua implementação junto à escola, a família e a sociedade?

III. Considerações Finais

Muito mais do que a nomenclatura do cargo, na constituição da coordenação pedagógica, deve-se primar pelo significado que tal cargo deve exercer em nível de liderança e condução dos trabalhos pedagógicos de uma Unidade Escolar.

Numa gestão democrática há espaço para o diálogo e tomada de decisões de acordo com o bem comum do coletivo. Ao cultivar este espaço, no qual o coordenador pedagógico se coloca como mediador/orientador, pode-se crescer junto com o professor ampliando todos os olhares, sem perder de foco a responsabilidade de cada um no processo.

Neste sentido, há que se ter a consciência de que o coordenador não tem todas as respostas para todas as eventualidades que ocorrem, mas as problematizam, encaminhando-as da maneira mais viável possível dentro do que se defende como processo democrático. No coletivo é possível buscar soluções para as adversidades que surgem no ambiente escolar.

O coordenador pedagógico, sem dúvida nenhuma, é uma peça fundamental no espaço escolar, se ele atuar no sentido de integrar os envolvidos no processo ensino aprendizagem, mantendo as relações interpessoais de maneira saudável, valorizando a formação do professor e a sua própria formação, desenvolvendo habilidades para lidar com as diferenças, com certeza ajudará efetivamente na construção de uma educação de qualidade, dando voz e vez aos elementos envolvidos neste processo. Isso só será possível no espaço de diálogo e debate com o coletivo.

Há uma certa similaridade entre os comentários observados ao longo do desempenho desta tarefa , quando se coloca a importância do papel do coordenador pedagógico na escola, e nas intervenções que faz no trabalho pedagógico junto aos professores, alunos, pais e comunidade.

Na verdade é inegável que um bom coordenador faz a diferença no trabalho educacional... é com ele que as coisas se encaminham e tomam o rumo certo no caminho do progresso e desenvolvimento das ações, em favor da conquista da formação integral dos educandos.

Claro que para isso tem que haver uma boa articulação e aceitação por parte do corpo docente e da própria comunidade escolar, portanto é preciso ganhar a simpatia e a confiança dos colegas, dos pais, dos alunos e até da sociedade em geral “ O QUE NÃO É FÁCIL”.

Os textos consultados mostram a importância do papel do coordenador no espaço escolar, bem como revelam a necessidade da atuação desse profissional durante todo o processo de desenvolvimento das ações educativas dentro e fora da escola “ Educar é uma tarefa social e não individual... é preciso que quem esteja à frente do trabalho saiba desempenhar bem o seu papel”.

“ FAZENDO A NOSSA PARTE E ACREDITANDO QUE AS COISAS DÃO CERTO, É QUE VAMOS REMANDO O NOSSO BARCO, NA LONGA JORNADA QUE VAMOS CONSTRUINDO JUNTO A ÁRDUA TAREFA DE EDUCAR... É PRECISO VENCERMOS COM COMPETÊNCIA, AUTONOMIA E VIVACIDADE, OS EMPECILHOS QUE PERMEIAM O DIA-A-DIA DOS COORDENADORES NO ESPAÇO ESCOLAR E SOCIAL”.



IV. Referências Bibliográficas

LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: Teoria e Prática. Goiás; Alternativa, 1996.

LIMA, Paulo Gomes. Possibilidades ou potencialidades: a postura piagetiana na epistemologia genética sobre a gênese da inteligência. Acta 01científica. Ciências Humanas. Engenheiro Coelho: Unaspress: v. 02, n. 09, p.17 – 21- 2007.

PILETTI, N. Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental. São Paulo: Ática, 1998.

REVISTA NOVA ESCOLA, Gestão Escolar. Trio Gestor: Um trio coeso e bem articulado, ANO I – nº6 –p.22 a 28-Fevereiro/Março 2010.

CURY, Carlos Roberto Jamil. O DIREITO À EDUCAÇÃO: Um campo de atuação do gestor educacional na escola.

BRASIL: Constituição da República Federativa do Brasil.

__________: LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL.N.9394/96

__________: LEI DO PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO .N.10.172/01

BOAVENTURA, Edivaldo. A EDUCAÇÃO BRASILEIRA. E O DIREITO. Belo Horizonte: Nova Alvorada, 1997.